As crises de Burnout no trabalho estão adoecendo as pessoas – e até matando. É possível mudar esse cenário para não ser o próximo!
As pessoas estão morrendo por um salário. Essa é a conclusão do professor de comportamento organizacional da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, Jeffrey Pfeffer. Sua estimativa é que o emprego acabe com a vida de 120.000 pessoas por ano apenas naquele país.
A Síndrome de Burnout já é considerada pela OMS como um fenômeno ligado ao trabalho, por isso todas as empresas precisam se adaptar e estarem atentas.
A OMS definiu a síndrome de Burnout como: “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. De acordo com essa resolução em uma crise de burnout a empresa poderia e deveria ter agido para reduzir o quadro.
Conforme citado na matéria da revista VOCÊ RH, o ritmo diário, os salários baixos e a falta de tempo para cuidar da própria saúde levam a morte 120.000 pessoas por ano apenas nos Estados Unidos.
Esta não é uma realidade apenas da galera do hemisfério norte.
Aqui no Brasil vemos um aumento anual de doenças ocupacionais que causam afastamento do trabalho ligadas a saúde mental: depressão, ansiedade, síndrome do pânico, burnout. De 2017 para 2018, foi registrado um aumento de mais de 12% nos afastamentos por causas psicológicas.
Jornadas extenuantes, falta de recursos, cobranças excessivas e falta de vida pessoal são as maiores fontes de esgotamento profissional.
Todo mundo conhece alguém que passou por isso. Eu tive burnout e tive muita dificuldade em reconhecer minha doença, mesmo com acompanhamento.
Muitas vezes achamos que questões psicológicas e comportamentais são fraqueza, frescura. Resistimos em aceitar, afinal temos que ser fortes e continuar a trabalhar.
Tudo hoje acontece em ritmo acelerado, recebemos muitas informações o tempo todo, precisamos estar conectados e ativos 24h por dia. E não aprendemos a lidar com isso de forma saudável. Nos cobramos por aumento de performance, em ambientes competitivos e que muitas vezes não prezam pela saúde e qualidade de vida, quase desumanos.
Quantas vezes você ficou no escritório até mais tarde porque todo mundo fica, ou para não mostrar que já tinha terminado suas atividades?
Trabalhar a mais e ser workaholic é quase um troféu “nossa, como ela trabalha muito!”.
Eu já ganhei este troféu muitas vezes. Masss… ele tem um preço, muitas vezes caro e sem volta.
Projetos de vida tem ficado de lado, em detrimento do crescimento profissional.
Deixamos sonhos de lado, saúde de lado, família de lado.
O que é pior, é que nem sempre o crescimento e os méritos profissionais acontecem. O que agrava a situação, porque a fadiga vem, sem o troféu para ostentarmos por aí.
É comum também as pessoas se sobrecarregarem e terem necessidade cada vez maior de trabalharem mais e mais. O aumento de salário acontece, a promoção vem, mas não é perceptível, pois a pessoa já aumentou seu padrão de vida, e muitas vezes, para suprir sua ausência ou se premiar pelo esforço, como uma compensação pelo que perdeu no caminho.
Também é cada vez mais comum as férias encurtadas ou não aproveitadas. Com o acesso à tecnologia, trabalhar de onde estiver e qualquer dia ou horário é mais comum do que o uso das tecnologias para otimizar o trabalho – e com isso, trabalhar menos e com mais resultados.
Trabalhos tóxicos e extenuantes não são exclusivos de quem trabalha em grandes empresas.
Poderíamos associar a qualidade ruim do trabalho à ambientes que instigam a competição, principalmente em grandes empresas, mas esta não seria uma verdade.
É cada vez mais comum vermos empreendedores esgotados. Ser autossuficiente, vencer os desafios de empreender, dar conta de tudo. Só isso já faz com que estes profissionais se sobrecarreguem. E muitos, sem equipe, nem lembram quando foram as últimas férias.
Profissionais autônomos também estão na lista dos “esgotados”. A pressão por garantir diariamente o seu salário, além de cuidar de seus próprios benefícios e estrutura, faz com que eles cheguem ao limite e não consigam relaxar. Não aprendemos a trabalhar neste modelo o que leva muita gente a ter dificuldade com planejamento e gestão e assim acabam se sobrecarregando ou não conseguindo manter o mínimo de qualidade de vida.
Profissionais que amam o que fazem também correm risco.
Exatamente por se envolverem demais com o que fazem, acabam não colocando limites.
Mas, qual o Papel da Empresa para evitar e prevenir o Burnout?
Manter um ambiente de trabalho mais agradável, que seja saudável para os colaboradores, física e emocionalmente deve ser o objetivo dos Líderes e do RH.
Cabe aos líderes serem agentes transformadores no ambiente de trabalho e nas relações ocupacionais, essas mudanças estão estritamente relacionadas com a cultura empresarial.
5 dicas práticas de como Prevenir o Burnout no seu time:
#1 Conheça os sintomas. O primeiro passo para prevenir o burnout é conhecer os sintomas, quanto mais cedo notamos os sintomas, mais chances temos de reverter o quadro. Nessa hora é muito importante a rapidez e a delicadeza por parte da empresa para lidar com a situação.
#2 Criar um ambiente colaborativo e leve. O RH ou os líderes podem elaborar estratégias para dar mais leveza ao ambiente de trabalho, como carga horário flexível, espaço de lazer e descanso na empresa, sessões de Mindfulness, etc.
#3 Mudanças estruturais. A falta de iluminação adequada, pouca ventilação, ruídos, mobiliário e ergonomia, segurança do local de trabalho, entre outros itens, podem contribuir com o fator de estresse que leva ao Burnout, por isso alterações na infraestrutura da empresa podem ajudar prevenir a crise.
#4 Cultura de Valorização. A cultura de valorização do colaborador ajuda muito a prevenir o Burnout, em uma pesquisa recente da Gartner afirma que 62% dos funcionários desejam que sua organização se preocupe sua comunidade.
#5 Preocupe-se com a Saúde Mental do seu colaborador. A saúde mental do seu colaborador influência seu desempenho na equipe. Quanto mais motivado e feliz no ambiente de trabalho mais distante de sofrer com burnout o profissional estará.
Pra carreira ir bem, a gente precisa estar bem.
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