Planejar é preciso, mas saber reagir ao que acontece é fundamental

Talvez você tenha sentido falta do meu texto semana passada. Talvez você me acompanhe pelas redes sociais e tenha visto que eu estava viajando, logo, pode ter concluído que foi falta de planejamento ou pensou:

– A Lilian não escreveu porque estava de folga.

 

Nada disso.

 

Meu comprometimento me fez ir além: Levei o notebook, conferi se tinha internet no local onde eu me hospedaria, deixei a agenda de segunda-feira livre pela manhã para poder escrever, postar, mandar e-mail. Já tinha iniciado o texto, a ideia já estava esboçada.

 

Tudo adiantado e planejado para que nada desse errado. E deu.

 

 

Planejar é importante.

Mas reagir ao que acontece ao planejado é fundamental.

 

Na cidade em que ficamos, a internet que já é normalmente ruim estava instável. Não conseguíamos sequer baixar uma foto pelo celular, quem dirá carregar uma página inteira com imagens no site.

 

Resolvi relaxar. Resolvi que por mais que existam pessoas que me acompanham, que leem e respondem meus textos e e-mails, não seria por uma semana sem escrever que algo seria prejudicado.

 

O dia estava lindo, eu tinha lugares para ir, não iria ficar horas tentando fazer algo simples e puramente porque “eu tinha que fazer”.

 

Dei o meu melhor, fiz o que eu pude até ali.

 

Ao meu ver o nosso papel, de aprendizado constante, é nos prepararmos, deixar a nossa parte pronta, planejada, controlada.

 

E ter consciência de que nossa parte é no máximo 50% da história.

 

Tem a parte que não controlamos, que não prevemos. E para esta parte – os imprevistos ou ações externas – precisamos nos abrir e receber o que vier com amor, curiosidade e aceitação.

 

Não lutar contra o que não podemos controlar.

 

E sim reagir de forma positiva, com aprendizado, construir novos caminhos, novas histórias.

 

Você pode se preparar ao máximo para receber uma promoção – estudar, se esforçar, se relacionar bem com seus pares e líder – e a promoção não vir ou até mesmo você ser demitido.

 

  • Você pode se planejar pra aposentadoria, e mudarem a lei.
  • Você pode se formar numa excelente faculdade e ver sua área de atuação deixar de existir.
  • Você pode ter uma empresa de sucesso, com um produto ou serviço excelente, e amanhã ele se tornar obsoleto.
  • Você pode ter um namorado, ficar noiva, e não casar. Ou pode ter casado, numa festa linda, e não ser feliz depois disso.

Você fez os seus 50%. Como reagirá aos outros 50%, que não estão nas suas mãos? Reclamando, culpando os outros, se inferiorizando ou irá aprender com o que conquistou, com os resultados obtidos?

 

 

O que é fundamental para ajustar o planejamento – ou saber que é a hora de mudar de rota:

 

Acompanhamento

Não adianta apenas planejar, é necessário acompanhar a execução, checar e ajustar o que for necessário. Nas áreas de gestão, é o famoso PDCA, que podemos usar pra vida:

  • P – Plan – Planejar, saber onde se quer chegar, qual o melhor caminho e quais “ferramentas” são necessárias para o percurso.
  • D – Do – Fazer – O caminhar, colocar o planejamento em ação.
  • C – Check – Checar, saber se está na rota certa e se realmente ela é a melhor opção.
  • A – Act – Agir, ajustar, corrigir o que for necessário.

 

Só saberemos se o planejamento dará certo quando estivermos em ação.

Como foi no meu caso, me planejei para escrever e postar, tinha os equipamentos. Mas na hora de fazer, vi que faltava algo e que não estava no meu controle.

 

Ajuste

Quando algo está dando errado ou saindo diferente do previsto é hora do ajuste, ou até mesmo de um novo planejamento.

 

Você pode ter feito um planejamento de vendas e seus clientes não compraram, um planejamento de aula e seus alunos continuam com dúvidas, um planejamento de carreira e a empresa foi vendida. Você não previu nada disso. Mas pode ajustar, de duas formas:

  • Continuo com o objetivo e mudo a forma, os caminhos para alcançá-lo.
  • Revejo meu objetivo, mudo de planos.

 

O que vale para qualquer uma das opções: que seja feito com leveza.

Não se martirize.

Tenha certeza de que você fez o seu melhor, que foi até onde pode. E reconheça quando é necessário voltar, mudar ou até mesmo desistir depois de ter caminhado muito tempo numa mesma direção, com tanto empenho.

 

Quando ficamos presos a uma única opção de sucesso – e ainda mais quando ela não depende apenas de nós para ser realizada, o que é bem comum – as chances de que algo saia diferente do planejado são grandes.

 

 

E agora, o que faço?

 

Eu já disse, acho planejamento fundamental e trabalho isso fortemente com meus clientes de coaching. Mas não trabalho o planejamento como um caminho único, como se houvesse uma única solução para todos os problemas.

 

Nada de sair do ponto A e chegar no ponto B por uma linha reta.

As estradas da vida são feitas em curvas, piruetas e zig zag.

 

A minha experiência em contato com a natureza me fez enxergar o planejamento como um mapa, com várias possibilidades. Não existe um único caminho para se chegar onde quer ir e sim trilhas, cada qual com seus obstáculos e maravilhas.

 

Desafios e paisagens diferentes a cada passo.

 

E quando aparece um grande desafio eu preciso olhar para o que eu tenho, quais as minhas habilidades, competências e equipamentos. Se uma ponte sobre um rio está quebrada eu não tentarei passar a nado, seria loucura. Preciso voltar, escolher outro caminho, passar por uma parte mais tranquila, com águas mais rasas.

 

Às vezes, apenas descansar, retomar o fôlego, e definir o que fazer logo em seguida.

 

A vida não é simples, tem seus desafios, é isso que a faz maravilhosa, que nos faz crescer e evoluir.

Mas quando o caminho está ficando difícil demais é hora de olhar se você não pegou a trilha errada.

 

Curta o caminho, aproveite a paisagem e não se jogue num precipício achando que é a única opção.  A vida é cheia de possibilidades.

 

Se você quer deixar sua vida mais leve, se preocupar menos com coisas irrelevantes, você vai gostar deste texto:  Deixe a louça na pia – Sobre aprender o que realmente é importante pra você  

 

 

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