O futuro do trabalho é híbrido.

Já não é mais nenhuma novidade que a pandemia causou muitas mudanças nas organizações, algumas pontuais, outras definitivas, como os projetos de tecnologia que tiveram que ser antecipados para que as organizações continuassem a atuar e entregar seus resultados remotamente. Com isso, houve mudanças em diversas áreas e, principalmente, na forma como os colaboradores atuam e se relacionam.

Em um primeiro momento, todas as funções que poderiam ser realizadas de forma remota passaram a ser executadas através da modalidade home office. 

Com o avanço da vacinação, a adequação das empresas aos protocolos sanitários e a melhora nos índices da pandemia, as empresas começaram a repensar no retorno aos escritórios mas se depararam com outro fator: a negativa da sua força de trabalho em retornar ao presencial, bem como a dificuldade para atrair novos talentos. 

De acordo com uma pesquisa realizada pela renomada consultoria McKinsey entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, com 100 executivos de empresas de diferentes setores e regiões do mundo, 9 em cada 10 organizações adotarão o modelo de trabalho híbrido.

Fonte: McKinsey

Em um novo modelo de trabalho, em formato híbrido, que nada mais é que um meio-termo entre o presencial e o remoto, o colaborador alterna dias de trabalho presencial com dias de trabalho remoto ao longo da semana. Agora, a empresa precisa ter alguns cuidados quanto ao contrato de trabalho, remuneração e benefícios, pois a legislação sobre teletrabalho traz pontos específicos para esta atuação ser considerada legal. 

Trabalho híbrido é a mesma coisa que teletrabalho?  

Neste episódio do nosso podcast recebemos a advogada Dalila Antunes que falou de forma bem didática sobre os impactos e riscos trabalhistas – Clique aqui e ouça agora mesmo. 

O avanço das organizações nesse assunto é importante para diminuir a ansiedade dos colaboradores quanto ao retorno ao trabalho, já que é algo que tem gerado muitas expectativas. 

Muitas pessoas adaptaram suas casas, sua rotina e a de sua família ao começarem a trabalhar home office ou em espaços compartilhados (coworking). 

Passadas as dificuldades iniciais, hoje a maioria dos profissionais já tem uma rotina estruturada para atuar remotamente, e passaram a preferir esse modelo de trabalho, especialmente em grandes cidades, nas quais os deslocamentos tiram muito tempo das pessoas, além dos gastos que isso gera. 

Muitos profissionais passaram também a ter um convívio mais próximo da família, ter um estilo de vida mais saudável ao fazerem as refeições em casa e ter mais tempo para estudar ou praticar exercícios físicos, já que “ganharam” esse tempo que era gasto com deslocamento.

Diante desse cenário, a pressão por um modelo de trabalho híbrido ganha força, e as empresas que não o fizerem correm o risco de perderem seus talentos, já que os colaboradores perceberam os inúmeros benefícios que esse modelo traz para sua vida pessoal e profissional.

Muitas empresas também perceberam os benefícios desse modelo, pois não tiveram perdas na produtividade e, por outro lado, tiveram redução de custos, como locação de grandes espaços de escritórios, por exemplo, além da facilidade de poder buscar talentos em outras regiões.

Porém, um alerta:

É preciso apoiar os líderes para que estes não se sintam pressionados a um retorno presencial desnecessário, motivado pela ineficácia e falta de ferramentas para a gestão remota. Quer ajuda? Acesse nosso kit gratuito para gestão remota – https://www.intentus.com.br/kit-gestao-remota/ 

Trabalho híbrido: O RH precisa tomar a frente e apoiar os líderes e times

O RH deverá estar à frente de todo o processo de formatação do novo modelo de trabalho, atuando em conjunto com a alta direção, líderes e colaboradores. Toda mudança deste tipo irá ocasionar necessidade de realizar pesquisas, conversas e comunicação direta com os funcionários, redesenho organizacional e da cultura, mudança no pacote de benefícios e muito mais. 

É preciso estar atento aos pontos que podem causar mais ansiedade e agir para minimizar o impacto na saúde emocional dos líderes e funcionários  e, consequentemente, nos resultados.

Para a implantação desse formato de trabalho, todas as partes envolvidas terão importantes papéis para o sucesso do modelo, porém, o RH e as lideranças serão os principais responsáveis em conduzir o processo, fazendo a ponte entre a direção da empresa e os colaboradores, com suas expectativas e necessidades.

Ainda de acordo com a pesquisa, algumas ações são fundamentais para obter ganho de produtividade, e cabe ao RH implantar essas estratégias:

  • Desenvolver e incentivar programas de coaching, mentoria, oportunidades para compartilhar ideias, gestão do conhecimento, fazer networking, discutir projetos, etc.;
  • Capacitar as lideranças nas competências e ferramentas necessárias para liderar de maneira remota e híbrida;
  • Redesenhar processos e mobilizar as lideranças a fazerem o mesmo, adaptando para o trabalho remoto;
  • Repensar a forma de como auxiliar os colaboradores a se desenvolverem.

Trabalho híbrido: A adaptação acontece para todos! 

Aprender novas ferramentas é fundamental para o sucesso do trabalho remoto.

Confira nossas dicas para otimizar suas reuniões online: 

O RH também deve reavaliar o seu processo de atração e seleção de pessoal, verificando se será viável aumentar a região de contratação, expandindo para localidades não consideradas anteriormente. Com isso, também deve rever seus métodos de entrevista de candidatos, avaliando a possibilidade de efetuar mais entrevistas e testes online.

Existem outros pontos que o RH também deverá observar, tais como:

  • Onboarding: avaliar o processo de integração de novos colaboradores e adequar ao modelo remoto;
  • Definir os limites de cobertura dos benefícios, se regional, nacional ou internacional;
  • Programas de Treinamento e Desenvolvimento: adequar os projetos às novas metodologias e recursos online disponíveis;
  • Legislação trabalhista: é preciso consultar a área jurídica e adotar medidas que protejam a empresa e os colaboradores, tais como os relacionados à marcação de ponto, reembolso de despesas com equipamentos e serviços voltados ao trabalho (notebook, gastos com luz, internet, etc.), entre outros;
  • Cultura organizacional: com os colaboradores atuando em ambientes totalmente separados e diversos, manter a cultura organizacional será um verdadeiro desafio, já que parte da cultura é construída nas ações orgânicas adquiridas pela percepção e experiência vivenciadas nas relações do trabalho diário;
  • Saúde e segurança dos colaboradores: neste modelo, é mais difícil manter um controle sobre os atos e ambientes que possam representar um risco à saúde e segurança dos trabalhadores, porém existem algumas medidas que podem ajudar, tais como: fornecer cadeiras adequadas, instruir sobre boas práticas de ergonomia, etc.;
  • Segurança da Informação: avaliar, juntamente com a área de TI, as ações que podem ser tomadas para proteger dados sigilosos.

Este modelo pode trazer muitos benefícios para ambas as partes, desde que feito de maneira correta, cuidadosa e minuciosa, pensando em todas as vantagens e dificuldades que podem surgir no processo. O modelo de trabalho híbrido já era visto como uma tendência, a pandemia apenas nos mostrou que o futuro é agora.

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