Precisamos diminuir o estresse

Diminuir o estresse é uma necessidade urgente. Trabalho remoto (ou a falta dele), pressão por resultados e desenvolvimento, acúmulo de tarefas, comparação e autocobrança, isolamento social, incerteza sobre o futuro, mudanças bruscas, perdas das mais variadas.

 

Quando olhamos para o que chamamos de fatores estressantes, situações que levam as pessoas a estarem esgotadas, é fato: estamos vivenciando um momento ímpar e que trará um impacto brutal quanto à saúde mental.

Dados da pesquisa publicada pelo LINKEDIN no dia 28 de maio de 2020 buscando entender os efeitos do trabalho remoto durante a quarentena e como isso impacta a saúde mental do profissional brasileiro:

  • 62% dos profissionais que estão trabalhando em casa se sentem mais ansiosos e estressados.
  • 30% sentem mais estresse pela falta de momentos de descontração.

https://www.facebook.com/242855389116782/posts/3006016246134002/

 

Nem precisamos de pesquisa. Sábado, 23h da noite. Foi a hora que eu encontrei para escrever este texto, após um dia de trabalho doméstico, ajudar nas lições de casa das filhas, fazer 2 reuniões e um relatório. E isso porque tenho bastante apoio, filhas e marido participam ativamente das atividades de casa, e mesmo assim, a jornada está puxada.

 

Quando olhamos a situação daqueles que somam ao trabalho e preocupação cuidar de filhos pequenos ou parentes mais idosos, o acúmulo de tarefas é devastador. Somente esta semana duas clientes relataram ter tirado os filhos pequenos da escola: não deram conta do home schooling, acharam melhor perder o ano do que incorporar um sofrimento a mais para todos.

 

Cada qual com suas dificuldades e adaptações, o ponto é:

 

Vivemos um momento perigoso de aumento do estresse.

Estamos sobrecarregados e exaustos.

 

Antes de seguirmos, vamos entender um pouco mais sobre esse tão famoso estresse.

O estresse é uma reação do organismo, com impactos físicos e emocionais, que ocorre quando nos deparamos com demandas de uma determinada situação que ultrapassam a nossa capacidade de adaptação, quando estamos diante de um evento que nos impõe um desafio maior do que estamos acostumados.

 

Entendendo a Lei de Yerkes-Dodson para diminuir o estresse

 

Segundo a lei de Yerkes-Dodson, desenvolvida em 1908 pelos psicólogos Robert M. Yerkes e John Dillingham Dodson e representada na imagem abaixo, o desempenho aumenta com a excitação fisiológica ou mental, mas apenas até certo ponto. Quando os níveis de excitação se tornam muito altos, o desempenho diminui.

 

 

Podemos dizer que o estresse em seu primeiro momento, de forma positiva, nos tira da zona de conforto e faz o organismo produzir adrenalina, o que nos dá energia e eleva a nossa produtividade e performance:

  • ficamos mais vigorosos
  • ficamos mais concentrados, com mais atenção
  • acelera o metabolismo
  • dispara a criatividade

A questão é a quantidade do que chamamos de agentes estressores, aquilo que está provocando a mudança e como nós reagimos a estes estímulos externos.

 

Trazendo a lei de Yerkes-Dodson para o momento atual: No início da pandemia nosso cérebro foi hiper estimulado a buscar soluções para a crise e mudanças necessárias. A maioria de nós deu conta de tudo. Mas estas mudanças estão nos levando para o excesso, para a exaustão.

 

E pelo que tudo indica, as mudanças e adaptações não vão parar por aqui.

 

O relaxamento do isolamento social traz novas preocupações e mudanças:

  • Cuidar da saúde: nossa, da nossa família, dos clientes e funcionários.
  • Cuidar do financeiro;
  • Adaptar a rotina, inclusive com o retorno de profissionais ao trabalho que possuem filhos, em que as escolas não voltaram;
  • Adaptações dos modelos de trabalho e dos negócios ao novo cenário.
  • A instabilidade econômica e política…

 

E quando relaxaremos a curva do estresse?

Esta preocupação não é apenas nossa. Nos Estados Unidos a Associação Psiquiátrica Americana (APA) enviou uma carta em 13 de abril ao Congresso notificando que conforme pesquisa da associação “mais de um terço dos americanos (36%) afirmam que o coronavírus afeta seriamente sua saúde mental”.

 

Na China, de acordo com uma pesquisa divulgada pela revista científica The Lancet, após o período de isolamento durante a epidemia, 30% das pessoas tiveram sintomas de estresse pós-traumático e 31% foram diagnosticadas com depressão.

 

 

Diminuir o estresse ainda não é nossa prioridade.

No Brasil ainda estamos mais preocupados (ou alarmados) com o agente estressor – a pandemia e a crise que veio com ela – do que com os impactos.

 

Porém algumas empresas já estão implantando ações preocupadas com a saúde mental de seus colaboradores, como o caso da siderúrgica Gerdau, que ampliou seu programa +Cuidado desde março para que a rede credenciada de psicólogos realize sessões via teleatendimento. O programa da empresa prevê atendimento de saúde, social, financeiro e jurídico para os funcionários e seus dependentes.

 

Este é o caminho que muitas empresas estão seguindo: disponibilizar apoio em saúde mental, seja através da própria equipe de saúde, contratando profissionais dedicados ou negociando junto aos planos de saúde contratados.

 

Outras ações que eu já acompanhei e que você pode implantar aí no seu trabalho

para diminuir o estresse ou controlá-lo:

  • Concessão de day off: um dia livre na semana, para as pessoas descansarem ou cuidarem das atividades domésticas;
  • Programas de bem-estar e saúde mental online;
  • Programas de apoio psicológico e de saúde para profissionais que estão em atividades operacionais e suas famílias;
  • Projetos sociais voluntários entre os colaboradores;
  • Canais de escuta para os colaboradores poderem falar sobre seu dia-a-dia e dificuldades;
  • Programas para aumento da interação e empatia entre os colaboradores
  • Implantação de rede de apoio remota durante o isolamento, entre os próprios colaboradores.

 

Na minha opinião uma questão precisa ser vista, nas empresas e por nós profissionais:  a redefinição de prioridades, forma e jornada de trabalho.

 

À partir do momento em que fica claro que não daremos conta de tudo ou mudamos o ritmo de trabalho ou teremos que escolher entre trabalho e saúde, trabalho e família, trabalho e vida.

 

Algumas pessoas vivem na linha da subsistência e não podem se dar “ao luxo” destas escolhas. Outras, pensarão seriamente sobre o que estão fazendo da vida, mesmo que esta escolha leve a queda do padrão de vida.

 

Ganhamos um grande chacoalhão da vida.  Precisamos ter mais consciência sobre o que estamos fazendo hoje para que este pós pandemia não seja ainda mais nocivo do que a crise em si.

E esta preocupação precisa ser de todos nós: profissionais, gestores, empresários, sociedade como um todo. Se passarmos por este momento igual entramos, não teremos aprendido boas lições.

 

12 dicas para ajudar a diminuir o estresse:

  • Tenha clareza sobre os agentes estressores – situações, pessoas, pensamentos, notícias – e tente diminuí-los sempre que possível.
  • Nossos pensamentos podem piorar a situação: viva um dia de cada vez, com foco no que você tem ação. Pensar em possibilidades ruins só irá piorar o quadro.
  • Alimente-se bem e dê preferência a alimentos naturais (não industrializados).
  • Descanse quando possível: na hora do cansaço perdemos foco e produtividade, tente fazer pausas durante o dia e dormir bem à noite.
  • Cuide das suas emoções.
  • Tenha uma válvula de escape: uma atividade prazerosa que eleve sua energia.
  • Faça atividade física. Mesmo em espaços pequenos, tente caminhar um pouco e se esticar algumas vezes ao dia.
  • Pratique atividades de meditação e relaxamento para diminuir o estresse.
  • Defina prioridades e diga não. Muitas vezes nos sobrecarregamos por achar que precisamos dar conta de tudo.
  • Tenha uma lista de tarefas do dia. Isso ajudará a ter foco e prioridades.
  • Busque ajuda. Você não está sozinho nessa.
  • Mantenha a esperança e faça planos. Acreditar em dias melhores fará com que seus pensamentos fiquem mais positivos.

E dias melhores virão. Precisamos chegar sãos e salvos neles.

 

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